O NATAL..

Um cenário alentejano.
Uma casa confortavelmente aquecida.
Um pai e uma mãe.
Quatro filhos desses pais com suas respectivas 'caras metades'.
Cinco netos.
Muito calor humano.
Muita SAÚDE, alegria e relações sinceras.

Um Natal que aqueceu todos os corações.

Que Deus nos conserve assim por muito e muito tempo, e que 2010 nos una cada vez mais!

Um dicionário chamado Carolina..

O que quererá dizer 'roupar'???

Quer dizer vestir...a roupa!

O que quererá dizer espreguiçosa?

Quer dizer que estava a espreguiçar-se com preguiça...um misto!

temos cá em casa uma 'inventora' de palavras!!

Um pedido? Não, um OBRIGADA!

Sim.

Este ano eu não vou pedir nada.
Não me sinto nesse direito, pois houve anos em que se calhar pedi demais..

Tenho tudo que pedi. Tenho tudo que preciso. Tenho tudo que quero.

Tenho o meu coração sossegado, não com certezas, porque essas não existem. Não tenho a noção de 'ter tudo controlado' porque isso também não existe...

Tenho apenas o coração cheio, com a sensação de que temos vivido todos os dias intensamente, tenho a certeza de que as pessoas que mais amo estão bem e estão felizes.

E isso basta. Como basta...quero apenas esta paz permaneça.

Obrigada menino Jesus, por esta vida!

A Carta ao Pai Natal.....

Antes de ter filhos, tínhamos uma árvore pequenina em casa.

Sempre vivemos o Natal intensamente e era nossa festa preferida, talvez por termos ambos muitos irmãos e termos pais que nos fizeram sempre acreditar na magia desta quadra!

No primeiro Natal do R. comprámos uma árvore enorme que foi decorada a rigor. A casa foi ficando cada ano mais enfeitada e o Natal mais mágico.

As cartas ao Pai Natal tornaram-se um ritual. Escrevíamos a dizer como tinha sido o ano e o que desejávamos para o ano vindouro.
Fomos explicando o 'branco', o 'preto' e começámos a explicar as tonalidades do 'cinzento' quando as dúvidas se tornavam importantes acerca da vida e da obra do senhor de barba branca.

Com o tempo, a vivência na escola e a própria maturidade os mais velhos foram percebendo a verdade....e acreditando (com muito orgulho meu) na magia do Natal através das pessoas...

Este ano, a pequena 'escreve, 'escreve' cartas e mensagens a toda gente. Resolveu também escrever pelo seu próprio punho a carta ao velhinho de barba branca!

Hoje de manhã estava muito orgulhosa a ler a dita carta ao irmão do meio...., que por sua vez ainda estava ensonado..e cruelmente lhe disse que no seu papelzinho não estava escrito nada!

Veio o irmão mais velho em seu socorro em meio a uma escovagem de dentes....:

- Anda cá que o Ricardo lê. Queres uma casinha de bonecas barbies, não é?
- Não. É só uma casinha de bonecas. Mas o Bê diz que não está escrito nada...
- Está, está, deixa lá, o Bê não sabe ler....

E ela lá recuperou o seu sorriso de menina-bebé que acredita na magia do Natal e também das pessoas.

O irmão do meio, buscava no meu olhar a aprovação para o seu acto de 'crueldade'.

Não me zanguei, simplesmente disse-lhe para brincar com ela ao faz-de-conta...e não a fazer triste de propósito. Ninguém merece isso.

Ele acenou-me com a cabeça e deu à irmã um beijinho barulhento.

Não é isto a magia do Natal?

"Cada um acredita naquilo que o seu coração quiser"