domingo, 17 de maio de 2009

A palmadinha 'pedagógica'

Antes de ser mãe e ao ser filha achava injustas as palmadas.

Sempre disse que nunca bateria nos meus filhos.

Quando meu 1º filho nasceu continuei a pensar da mesma forma, afinal é (e sempre será) injusto usar a força física contra alguém menor que eu e a quem tenho enquanto mãe a função de CUIDAR, AMAR E PROTEGER.

Ou seja, bater ía contra todos meus os princípios.

Conforme ele foi crescendo e aprendendo a conviver socialmente a questão voltou a preocupar-me porque eu dizia para não bater nos amigos, ele não batia mas eles batiam-lhe. Que fazer? Que grande confusão na cabeça dele.

Ele cresceu e sentimos que a marca dos primeiros anos ficou. Não é habitual 'meter-se' em confusões. Não bate, mas já levou. Não batia no irmão mais novo porque sabia que 'não se bate, muito menos nos pequeninos', mas chegou uma altura em que o irmão lhe batia....embora a forma de passar os 'valores' fosse igual para ambos.

De vez em quando batem-se..

E nós, batemos? Confesso que houve algumas vezes em que lhes dei umas palmadas (as que chamaria 'pedagógicas')...e que no minuto seguinte me arrependi.

É um facto que bater não resolve. Não resolve mesmo. Não há estudos que comprovem que os miúdos que levam palmadas são mais adequados que aqueles que nunca foram tocados.

Ontem ao ouvir um grande especialista no assunto a falar, senti-me mal enquanto mãe e enquando cidadã pensando nas palmadas que já dei.

Como posso ensinar os meus filhos que se deve respeitar os outros se os desrespeito ao bater?

Acho que sim, que a palmada NUNCA é pedagógica.

Nós é que em determinados dias estamos mais cansados ou mais stressados e descarregamos neles ou muitas vezes repetimos modelos: fazemos a eles aquilo que nos faziam a nós e que tanto abominávamos!

Educar é mais do que isso. Educar exige muita paciência.

Há outras formas de os penalizar. Levar um castigo até ao fim, retirando privilégios ou dando tarefas é bem mais justo e pedagógico.

Eu aprendi a lição.

Amigo não bate em amigo. Porque pai e mãe têm que bater?

1 comentário:

  1. Concordo com tudo o que escreveste,mas confesso que já bati mais no Afonso(com 2 anos),do que na Patricia (com 9).Sei que é errado,mas não consigo controlar.Cada criança é uma criança,mas o Afonso...tira a paciência a qualquer um,ele é birras,bate na irmã,bate em nós...será que a culpa é minha???Já não sei o que fazer.Já falei com a pediatra,que me aconselhou a não bater,dar castigos é a solução,disse ela.Mas ele não pára um segundo.
    Enfim,educar é a coisa mais dificil do mundo,fazemos o melhor que sabemos...nem sempre corre bem...as consequencias,são assustadoras

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