terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Mãe a tempo inteiro. Quem quer?

Sou filha de uma mãe-a-tempo-inteiro.

A minha mãe trabalhou até ao meu irmão do meio nascer (seu 3º filho), que como nasceu com alguns problemas de saúde fez com que ela tivesse que optar literalmente pela carreira ou pelo filho. Inicialmente foram baixas e depois seguiu-se uma licença sem vencimento, até que percebeu que não dava mesmo para voltar.

Há uns anos falámos no assunto e ela refere que até "foi bom" porque conciliar tudo era muito complicado...e o meu pai passou a ser o único 'provedor' do lar.

Não voltou a pensar no assunto até o último filho sair de casa (no caso o 4º filho. Aí sentiu que-não-tinha-nada-mais para fazer. Que tinha dedicado sua vida aos filhos e que os filhos agora já não precisavam mais dela.

Lembro-me desta tristeza. Lembro-me das nossas conversas. Lembro-me que passados uns anos nasceu o meu 1º filho..seu 1º neto e algo mudou.

De vez em quando lá se sentia uma angústia no discurso.

Se calhar foi ( e é ) por isso que a minha mãe SEMPRE me impulsionou a ter uma carreira. A lutar pelo que é importante para mim profissionalmente.

Se calhar é por isso que ela está sempre tão presente na minha vida com uma disponibilidade infinita para ajudar-me nesta correria doida que é ser mãe E profissional a tempo inteiro.

Sabem o que eu acho?
Acho que é difícil ser uma coisa só........que no tempo em que fui obrigada a ser mãe a tempo inteiro não fui completamente feliz e que as crianças precisam sobretudo de mães felizes.

Acho que ser MULHER não é tarefa fácil, mas ainda assim não queria ter nascido homem.

Acho que fui uma felizarda por ter uma mãe-a-tempo-inteiro mas sei que os meus filhos de uma forma ou de outra teem uma mãe POR INTEIRO.

Que cada um se sinta feliz com as opções que toma, isso sim é o mais importante...:)

Eu cá só me queixo nos dias em que estou muito cansada mesmo:)

3 comentários:

  1. Pois é amiga, a conciliação não é fácil. Eu fui (sou!) filha de uma mãe que sempre trabalhou e por vezes tinha pena de ela não ter estado sempre em casa connosco, mas também sei que ela sempre amou o que fazia - era parte dela. E admiro ainda mais a forma como ela, numa altura ainda mais dificil do que a nossa, se sacrificou para que nada nos faltasse da parte dela - daí que a recordo como estando sempre presente.
    Eu? Sabes que, se pudesse ter sido mãe a tempo inteiro, teria gostado bastante? Pois é :)
    beijo grande

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  2. Olha, eu acima de tudo não tenho jeito nenhum para ser mãe a tempo inteiro - acho que os meus filhos iam ser muito infelizes :)

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  3. Amiga, deixei-te um prémio no meu canto - espreita lá, ok? :)

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